sexta-feira, outubro 15, 2004

sobre a polivalência

Às vezes parece-me que o conceito de trabalhador polivalente já se instaurou definitivamente e alargou a todos, até a nós, taxistas.
Pelo vistos, aos olhos dos outros agora também sou enfermeira...

Ele: Desculpe fazer-lhe esta pergunta...
Eu: Diga, diga...
Ele: Já tomou a vacina anti-gripe?
(e eu a pensar que ele me ia perguntar sobre qual o melhor caminho para chegar ao Arco do Cego às nove da manhã ou até o meu número de telefone!)
Eu: Eu!?... Por acaso sim, já...
Ele: E diga-me uma coisa... isso como é?
Eu: (abismada e a achar que, das duas uma, ou o gajo era tarado ou estava a sacar da arma para me assaltar) É uma vacina!, que quer que lhe diga!?
Ele: Pois, sim... mas é intra-muscular?
Eu: Intra-muscular!?... Sei lá! É uma vacina, como as outras!
Ele: É com agulha, no braço?
Eu: Sim, exacto.
Ele: E dói muito?
Eu: (ele há com cada paranóico!!!) Não, é um instante. Não dói nada.
Ele: Ah, ainda bem. Muito obrigado.
Eu: (deves ser fresco, deves...) De nada.
Ele: É que nos obrigaram a tomar a vacina a todos, lá no banco...
Eu: Pois... tem que ser, não é?
Ele: É...
Eu: E o senhor faz o quê, lá no banco?
Ele: Eu? Sou Director Financeiro. (sorriso pomposo, ajeitar da gravata passados vinte segundos)
Eu: Ah...

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