quinta-feira, janeiro 06, 2005

sobre peep-shows e casas de meninas

Noite. Ainda é cedo. Braço levantado. Páro. Ele, um tipo comum, nada de mais, até bem arranjado, cinquentão, entra e senta-se com toda a calma.

-Leve-me ao passerelle, por favor...

Uns vinte ou trinta segundos a olhar lá para fora.

-Já sei o que deve estar a pensar: "Olha-me mais um tarado!". Mas se lhe disser porque é que vou a alguns destes sítios, se calhar não acredita. O propósito é puramente cómico! Como é mulher, acredito que não saiba destas coisas... quer dizer... não estou a dizer que não sabe o que lá se passa, só estou a dizer é que provavelmente não sabe destas graças que lhe ia contar. (ri-se) Sabe, é que eu vou lá porque às vezes o desleixe nos dá vontade de rir. É claro que é tudo sobre mulheres. Mas se às vezes visse!... (ri-se de novo) Eu vou lá porque é engraçadíssimo! Às vezes há umas que andaram a rapar-se há minutos atrás e ainda estão com a pele toda irritada, uma ou outra esqueceu-se de tirar um penso rápido, outra tem o azar de naquele dia ter uma borbulha enorme num sítio prioibitivo... (ri-se a bandeiras despregadas, como se estivesse a falar do Buster Keaton) Enfim, às vezes só me dá mesmo vontade de rir! Ai, ai...

O mais curioso nisto é que, acreditem, eu nem lhe perguntei coisa nenhuma...

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