como se pode explicar o que não se sabe, sequer, o que é?
eis que chegas um dia, na tua vida, mesmo assim - chegas a um dia na tua vida e de repente as coisas começam a correr mal.
pensas: "talvez tenha sido um acumular de alguma coisa?"
mas não vislumbras quase nada.
pensas: "talvez seja uma coisa de hoje, ou apenas de hoje e amanhã"
e passam-se dias...
o esforço que fazes em silenciar as amarguras e tentar, a cada frase, começar de novo, parece infrutífero.
as palavras amargas, a acidez no tom, a perceptível (para ti) aspereza no trato e a incompreensível (do outro lado) visão do que te queixas...
como passar à frente?
como reiniciar o que parece já se ter reiniciado tantas vezes e em tão pouco tempo?
sobre isto, eu pouco ou nada sei.
apenas que se pode, unicamente, tentar silenciar a nossa voz, fechar os olhos, fechar omundo, soltar as asas no imaginário e aguardar que, na próxima vez que aterremos, o mundo esteja de novo no seu sítio.
mas - e se não esiver?
uma atitude cobarde e fugidia. a desistência depois das primeiras forças empreendidas, as questões sobre até quando estaremos dispostos a lutar, se começar, se nem começar... como começar?
sexta-feira, maio 19, 2006
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
sobre as expectativas
os homens acham-me curiosa. ou melhor, acham-me curiosamente curiosa - uma mulher e, ainda por cima, taxista. não sei porquê, devem logo arrancar com imagens lascivas da Playboy, desse imaginário extra-produzido de 'maquiage' e fotógrafos de primeira linha. sou uma mulher como outra. tenho todos os membros, troncos e alguns parafusos a menos na cabeça, ou não vinha para esta profissão. mas o que me deixa, ainda, estupefacta, é quando se vai sabendo que gostaria de engravidar. parece que toda a gente descobriu a notícia mais escandalosa d'O Insólito - "uma mulher, taxista, e ainda por cima grávida!?". de súbito, a imagem deve-lhes avariar os circuitos básicos e criar tal discordância sexual que o sistema operativo entra em colapso.
descansem, rapazes.
sou eu, a mesma.
e não, infelizmente ainda não foi desta...
descansem, rapazes.
sou eu, a mesma.
e não, infelizmente ainda não foi desta...
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